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CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Que Pessoa era? Como Viveu?
Fundamentalmente, foram estas as questões que hoje ouvi dar testemunho, por quem de perto com o poeta conviveu!  Arnaldo Saraiva, orador no Ciclo Clássicos da Poesia Brasileira do séc. XX que decorre no CCB, deu-nos a conhecer o homem por trás do poeta, revelando o lado mais intimo  da sua forma de ser e estar, enquanto pessoa e os ciclos enquanto poeta.

Faleceu em 1987, quinze dias após a morte da sua filha Julieta, por quem nutria enorme dedicação, perdendo a sua vida o sentido com a ausência da filha querida.
Traço recatado, seco e orgulhoso! Não gostava de viajar. Formado em farmácia, por desígnio familiar,  nunca chegou a exercer! Foi funcionário público. Deixou obra extensa. 30 livros de Poesia. Mas também de Prosa. Encontramos a sua obra poética em Poesia Completa, 2002.
Era um Poeta de elites. Mais tarde popularizou-se. Gerou muitas controvérsias e teceram as maiores criticas ao seu poema : No meio do caminho tinha uma pedra, o qual efetivamente é uma citação de Dante! ... e acaba por consagrar-se uma referência no modernismo brasileiro.

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra


Drummond de Andrade é o 1º grande poeta brasileiro com projeção internacional. Deixou um património impressionante de poesia, de uma grande experiência humana e riqueza poética. A sua obra tem sido muito traduzida. Cada vez mais! Sinal que o seu poema, simples, dramático e moderno acorda as mentes adormecidas ou... talvez seja procurado por quem tem amor à vida, ao presente e à cultura!! Como hoje o indicava a sala cheia!

Homenageando o Poeta, e todos aqueles que amam e lutam por um Presente digno neste séc. XXI, declamo de MÃOS DADAS:


Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos,
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.


 


Horário: 18h às 19h, periodicidade quinzenal (segunda-feira) . Entrada livre, mediante inscrição




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