Convida a descanso, à sombra de uma frondosa azinheira!
O tempo corre lento, dando tempo para a lavadeira, de lenço roxo atado debaixo do queixo, com seu jeito de menina-mulher, correr ligeira, tanto quanto lhe permitia o monte de roupa que carregava à cabeça, e chegar junto à ribeira, pousar o alguidar, ajoelhar-se e começar a lavar a roupa com a agua que corria fresquinha. Põe sabão, esfrega... retira sabão.
- Que Vida! pensa para os seus botões. Há tempo que andava religiosamente a amealhar um dinheirito para a máquina da roupa... mas os tempos estavam dificeis e era preciso pôr comida na mesa e vestir os gaiatos.
Alentejo era a sua terra querida, onde abraçava raízes e construia uma vida entre sonhos e dificuldades. Havia momentos em que sonhava. Outros, bastava-lhe olhar os campos de trigo para saber que estava ali a sua ancestralidade, gerações de tios e primos, irmãos, avós, todos os que lhe davam mimo, colo e um profundo sentido de família. As suas Origens fazem parte das sua Identidade.
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