A Casa de Santa Maria, adquirida pela Câmara Municipal de Cascais à família Espírito Santo em Outubro de 2004, é uma construção de 1902 e constitui uma das mais emblemáticas obras do arquitecto Raul Lino, que iniciou a sua carreira precisamente no concelho de Cascais, projectando uma série de casas para alguns amigos. Indissociável da paisagem de Cascais, no conjunto que forma com o Farol de Santa Marta e o Museu Conde de Castro Guimarães, esta casa está também indelevelmente ligada à vivência desta vila de pescadores, que entra na história como retiro preferido de reis e aristocratas exilados, vítimas das grandes convulsões políticas que abalaram o século XX.
Em finais do século XIX, Jorge O’Neill, aristocrata ligado à indústria tabaqueira, adquiriu alguns terrenos junto a Santa Marta e mandou construir primeiro a Torre de São Sebastião - actual Museu Conde de Castro Guimarães – e, um pouco mais tarde, a Casa de Santa Maria.
Por volta de 1917, a propriedade foi vendida ao engenheiro José Lino Júnior, irmão mais velho do arquitecto Raul Lino. José Lino, grande coleccionador e apreciador de arte, adquiriu para a sua nova casa um conjunto de azulejos artísticos do século XVII e um tecto de madeira pintado a óleo, de autoria atribuída a António de Oliveira Bernardes, espólio este proveniente de uma antiga capela, em Frielas.
Mais tarde, em 1925, a casa foi adquirida pela família Espírito Santo, que nela recebeu a visita de personalidades ilustres, como a Grã-duquesa Carlota do Luxemburgo e a sua família, os Condes de Barcelona, o Rei Umberto II de Itália, os Duques de Windsor, entre outras.
Projectada em comprimento, a Casa de Santa Maria é constituída por uma sucessão de compartimentos, resultado de um exercício de crescimento bem idealizado. No seu interior destaca-se a articulação de uma série de elementos, ressaltando um elevado número de azulejos figurativos e de padrão, tanto de iconografia campestre como religiosa, e o tecto de madeira pintado a óleo, que foi adaptado à sala de jantar. A existência de tão rica e diversificada colecção de azulejos – painéis como a Purificação de Nossa Senhora, a Fuga para o Egipto, a Virgem com Jesus e São João Meninos, a Circuncisão, Jesus entre os Doutores, Nossa Senhora costurando e os tectos de madeira pintados – revelam uma valia patrimonial indiscutível, visto tratar-se de repertório artístico do barroco português.
Num futuro breve, a Câmara Municipal de Cascais pretende adaptar a Casa de Santa Maria à evocação da memória de Raul Lino, um dos arquitectos portugueses mais importantes do século XX, e à temática da arquitectura de veraneio, englobando referências a outros arquitectos e artistas que tiveram influência na imagem arquitectónica do concelho.
Actualmente, a Casa de Santa Maria tem patente a exposição “A Casa de Santa Maria, Raul Lino e Cascais”, que deu igualmente origem a um catálogo, para o qual colaboraram especialistas no estudo da obra de Raul Lino e da arquitectura portuguesa do século XX. O espaço acolhe regularmente conferências e apresentações de livros, bem como a realização de exposições temporárias e cursos livres.
Em finais do século XIX, Jorge O’Neill, aristocrata ligado à indústria tabaqueira, adquiriu alguns terrenos junto a Santa Marta e mandou construir primeiro a Torre de São Sebastião - actual Museu Conde de Castro Guimarães – e, um pouco mais tarde, a Casa de Santa Maria.
Por volta de 1917, a propriedade foi vendida ao engenheiro José Lino Júnior, irmão mais velho do arquitecto Raul Lino. José Lino, grande coleccionador e apreciador de arte, adquiriu para a sua nova casa um conjunto de azulejos artísticos do século XVII e um tecto de madeira pintado a óleo, de autoria atribuída a António de Oliveira Bernardes, espólio este proveniente de uma antiga capela, em Frielas.
Mais tarde, em 1925, a casa foi adquirida pela família Espírito Santo, que nela recebeu a visita de personalidades ilustres, como a Grã-duquesa Carlota do Luxemburgo e a sua família, os Condes de Barcelona, o Rei Umberto II de Itália, os Duques de Windsor, entre outras.
Projectada em comprimento, a Casa de Santa Maria é constituída por uma sucessão de compartimentos, resultado de um exercício de crescimento bem idealizado. No seu interior destaca-se a articulação de uma série de elementos, ressaltando um elevado número de azulejos figurativos e de padrão, tanto de iconografia campestre como religiosa, e o tecto de madeira pintado a óleo, que foi adaptado à sala de jantar. A existência de tão rica e diversificada colecção de azulejos – painéis como a Purificação de Nossa Senhora, a Fuga para o Egipto, a Virgem com Jesus e São João Meninos, a Circuncisão, Jesus entre os Doutores, Nossa Senhora costurando e os tectos de madeira pintados – revelam uma valia patrimonial indiscutível, visto tratar-se de repertório artístico do barroco português.
Num futuro breve, a Câmara Municipal de Cascais pretende adaptar a Casa de Santa Maria à evocação da memória de Raul Lino, um dos arquitectos portugueses mais importantes do século XX, e à temática da arquitectura de veraneio, englobando referências a outros arquitectos e artistas que tiveram influência na imagem arquitectónica do concelho.
Actualmente, a Casa de Santa Maria tem patente a exposição “A Casa de Santa Maria, Raul Lino e Cascais”, que deu igualmente origem a um catálogo, para o qual colaboraram especialistas no estudo da obra de Raul Lino e da arquitectura portuguesa do século XX. O espaço acolhe regularmente conferências e apresentações de livros, bem como a realização de exposições temporárias e cursos livres.
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