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Amadeu de Souza Cardoso

Fim de semana Cultural. Levantar cedinho, rumo a Lisboa. Gulbenkian. Centro de Arte Moderna. A Perspectiva das coisas- Natureza Morta. Fila intensa. O bom português decidiu ir em massa visitar a exposição. Optamos então por tomar um cafezinho pausadamente na apetecível cafetaria da Fundação Gulbenkian e em seguida  ir ver a exposição permanente - À descoberta da coleção: outras formas de olhar.


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Iniciamos com Amadeu de Souza Cardoso.  
Foi um pintor português, precursor da arte moderna, prosseguindo o caminho traçado pelos artistas de vanguarda da sua época. Embora tendo tido uma vida curta (14-12-1887 a 25-10-1918), a sua obra tornou-se imortal.
Frequentou o curso de Arquitectura na Academia de Belas Artes de Lisboa em 1905 que interrompeu para partir para Paris, em 1906, instalando-se em Montparnasse, tomando contacto primeiro com o Impressionismo e depois com o Expressionismo e o Cubismo, dedicando-se, assim, exclusivamente à pintura. As primeiras experiências deram-se no desenho, especialmente como caricaturista. Depois, dedicou-se à pintura. Poder-se-á dizer que foi um pintor impressionista, expressionista, cubista, futurista, mas sempre recusou qualquer rótulo. Apesar das múltiplas influências, procurava a originalidade e a criatividade na sua obra.

Entrada
1917, óleo sobre tela com colagem
93,5 x 76 cm
Centro de Arte Moderna
Fundação Calouste Gulbenkian
Lisboa, Portugal

A Arte Moderna surge em 1863  e vai até anos 60 do séc. XX. No inicio do sec. XX a Arte Moderna vai operar uma série de mudanças no nosso quotidiano e vai entrar na Obra de Arte. Nesta época, a pintura deixa de ser só pintura, os elementos do quotidiano são introduzidos na mesma, tais como, espelho, vidro, areia, contas de colares, etc. O Recorte do Jornal constitiu o 1º elemento do quotidiano a entrar para dentro da obra de arte.
Picasso introduz os elementos do quotidiano para dentro da obra de arte e foi uma grande influência para Amadeu de Souza Cardoso que  foi viver para Paris e absorve todas as influências emergentes, nomeadamente o Cubismo, iniciado por Picasso. Com esta corrente, a grande revolução que Picasso está a representar é a dimensão do tempo, a sobreposição de elementos numa única imagem. O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes.
A Teoria da Relatividade, publicado por Einstein, em 1905 , assim como o aparecimento do gramofone vêm influenciar a arte.
Paris torna-se um espaço de ócio e lazer. Amadeu de Souza Cardoso absorve todas as influências deste movimento efervescente que encontra em Paris e começa a criar o seu próprio estilo. 
Entretanto, com a explosão da 1ª Guerra Mundial, toda esta geração de Paris vê-se forçado a abondonar este centro de arte . Em 1914, Amadeu de Souza Cardoso volta a Portugal , onde realiza duas exposições. Apesar de já ter uma carreira internacional, a critica de arte em Portugal definiu "a pintura de Amadeu de Souza Cardoso é um escândalo". Portugal ainda vivia a pintura do séc. XIX, a natureza-morta. O gosto português não estava preparado para a pintura de AZC. Este ficou desiludido com a critica à sua obra e deixou de expor. Isolou-se. Veio a falecer em 1918, de forma trágica, em consequência do surto de gripe pneumonica.

 Com a 1ª Guerra Mundial surge também o futurismo -  movimento artístico e literário, que surgiu oficialmente em 20 de fevereiro de 1909 com a publicação do Manifesto Futurista, pelo poeta italiano Filippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro. Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX.  A pintura futurista foi explicitada pelo cubismo e pela abstração, mas o uso de cores vivas e contrastes e a sobreposição das imagens pretendia dar a ideia de dinâmica, deformação e não- materialização por que passam os objetos e o espaço quando ocorre a ação. Para os artistas do futurismo os objetos não se concluem no contorno aparente e os seus aspectos interpenetram-se continuamente a um só tempo. Procura-se neste estilo expressar o movimento atual, registrando a velocidade descrita pelas figuras em movimento no espaço. O artista futurista não está interessado em pintar um automóvel, mas captar a forma plástica a velocidade descrita por ele no espaço.

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